Uma das grandes promessas do circuito carioca de arte, o artista plástico Lucas Finonho, vem da Baixada Fluminense, trazendo reflexões sobre as constantes fragmentações e reconstruções que enfrenta como jovem preto e gay de periferia. Nascido e criado em Duque de Caxias, ele está prestes a lançar sua primeira exposição individual, “Imagem e Semelhança”, no Museu de Arte do Rio (MAR). A abertura será no dia 13 de julho, às 11h, e a mostra remonta a história familiar do artista e suas experiências cotidianas.
Primeira Exposição Individual no MAR
Lucas Finonho celebra essa conquista como um marco na superação das expectativas limitadas impostas por sua cor e origem. “Ter minha primeira exposição solo no Museu de Arte do Rio é, antes de tudo, romper com todas as baixas expectativas que recebo pela minha cor e pelo lugar de onde eu venho. Poder apresentar meu trabalho nessa grande instituição que vem lançando e transformando a vida de diversos artistas é, para mim, o início de uma promissora trajetória de conquistas e grandes responsabilidades”, afirma.
A exposição, com curadoria de Mélanie Mozzer e Osmar Paulino, começou a ser gestada em julho de 2023. Composta por 12 obras inéditas, cada tela traz um olhar sensível para as relações cotidianas, onde a pintura dialoga entre a suavidade dos traços e a aspereza das texturas de brita. A inserção da pedra brita oferece uma metáfora visual potente para as complexidades da experiência humana contemporânea.
“Esta exposição é um testemunho do amadurecimento do artista através de um longo processo de pesquisa enriquecedor, visto que além de artista, Finonho é um pesquisador com um repertório profissional extenso. Recomendo que o público não perca a abertura da exposição para contemplar este momento definidor na carreira do artista que terá um longo caminho dentro da cena de Arte Contemporânea”, diz Mélanie Mozzer.
Em sua pesquisa, Lucas se conforta ao se ver semelhante às grandes rochas formadas por pequenos fragmentos, refletindo sobre a divina fundição de seus destroços. Assim como a natureza, que mesmo ameaçada pela negligência e exploração, o artista busca se reconstruir. A utilização de pedras em suas obras faz com que ele olhe para os vales sedimentares, percebendo na natureza a possibilidade de ressignificar as erosões e depressões da vida.
“Inspiro-me nas coisas que lutam por existir, nas histórias de superação, tecnologias periféricas de sobrevivência, testemunhos de intervenções divinas e nos ciclos da natureza, com seu grande poder de defesa e regeneração frente às violências que sofre”, completa o artista.
“A exposição ‘Imagem e Semelhança’ do Finonho é uma contribuição para a sociedade, apresentando reflexões sobre os problemas subjetivos do ser a partir das mazelas sociais e sua capacidade de encontrar bem-estar através da manifestação do divino, que se dá a partir das experiências do próprio ser”, comenta Osmar Paulino.
Minibio
Lucas Finonho (Rio de Janeiro, 2001) é graduando em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e já frequentou cursos na Escola de Arte Visuais do Parque Lage (EAV). Participou de diversas exposições institucionais coletivas e é reconhecido pelos coletivos culturais da Baixada Fluminense, recebendo o prêmio de melhor pintura do ano (Prêmio BIC 2023).
Sobre o MAR
O Museu de Arte do Rio (MAR) é uma instituição da Prefeitura do Rio, fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Roberto Marinho. Desde janeiro de 2021, é gerido pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), em cooperação com a Secretaria Municipal de Cultura. O MAR tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor, a Equinor e a Globo como patrocinadores master, e o Itaú Unibanco como patrocinador.
Exposição Imagem e Semelhança – Lucas Finonho
- Museu de Arte do Rio / MAR: Praça Mauá, 5 – RJ
- Abertura: sábado, 13 de julho, às 11h
- Exposição gratuita até 03 de novembro
- Funcionamento: de terça a domingo, das 11h às 18h (última entrada às 17h)
- Informações: Instagram de Lucas Finonho