Brasil recebe a Feira Cultural Angolana

A Feira Cultural Angolana em São Paulo celebra herança cultural angolana, promovendo intercâmbio e resistência negra.

Brasil recebe a Feira Cultural Angolana

No dia 10 de novembro, São Paulo se tornará o palco de uma das mais vibrantes celebrações da cultura africana: a Feira Cultural Angolana. Este evento não apenas destaca as tradições e a rica herança de Angola, mas também promove um intercâmbio cultural dinâmico entre Angola, Brasil e outros países africanos. Organizado no bairro do Brás, conhecido por sua forte conexão com imigrantes, a feira traz para o público uma imersão única na cultura angolana, convidando os brasileiros a redescobrir as raízes que os ligam ao continente africano.

O evento se torna ainda mais significativo por coincidir com o 49º aniversário da Independência de Angola, celebrado em 11 de novembro. Mais do que uma data comemorativa, esse marco histórico simboliza a resistência e a luta de um povo que, ao longo dos séculos, manteve viva sua cultura, mesmo em meio a desafios como a colonização e a diáspora. Além disso, novembro também é o mês da Consciência Negra no Brasil, reforçando o papel vital que eventos como esse desempenham na valorização da identidade negra e na reafirmação de um orgulho ancestral que conecta Angola e Brasil de forma inquebrantável.

Sob o lema “Em Angola tem e no Brasil mantém”, a Feira Cultural Angolana propõe uma articulação direta com angolanos residentes em São Paulo e outras partes do Brasil, consolidando o evento como a maior feira angolana da cidade. A ideia central é clara: celebrar a existência, a resistência e a potência das tradições culturais angolanas, ao mesmo tempo em que se reconhece a contribuição contínua dos angolanos e brasileiros negros para a construção da identidade cultural desses países. É uma oportunidade de dizer ao mundo: “nós existimos e podemos falar por nós”.

A programação promete ser um espetáculo de cores, ritmos e sabores típicos de Angola. Entre os momentos mais esperados está a Batalha de Kuduru, um estilo musical e de dança nascido nas ruas de Luanda que conquistou o mundo. Além disso, outras apresentações musicais devem agitar o público, oferecendo uma autêntica experiência angolana em território brasileiro. Para Safira Nilda, Japhette Ozias e Flávio Bono, idealizadores do evento, a Feira Cultural Angolana é mais do que uma festa: “Reunir a comunidade angolana para celebrar e vivenciar nossas produções e cultura em território brasileiro nos mostra o quanto é importante manter as tradições e a memória do nosso povo.”

Os idealizadores do evento Safira Nilda, Japhette Ozias e Flávio Bono

Com o apoio de importantes instituições, como a Casa de Angola, o Fomento à Cultura da Periferia (8ª edição), e a Secretaria de Cultura de São Paulo, a Feira Cultural Angolana busca não só celebrar a cultura, mas também fortalecer laços, compartilhar histórias e fomentar o respeito e a valorização das culturas negras no Brasil.

Esse encontro de culturas não é apenas uma celebração de Angola, mas uma ode à conexão ancestral entre África e Brasil, um lembrete vivo de que as tradições, quando mantidas e cultivadas, tornam-se ferramentas poderosas de resistência. Angola e Brasil compartilham muito mais do que uma história de colonização e escravidão; compartilham uma cultura vibrante e indestrutível que continua a pulsar nas batidas do Kuduru, nas cores das roupas tradicionais, nos sabores dos pratos típicos e nas vozes dos artistas que se apresentam.



A Feira Cultural Angolana é um chamado para todos que desejam vivenciar uma experiência de troca cultural, aprendizado e celebração da identidade negra. Que ela inspire um novo olhar sobre a África, reforce os laços que unem os povos afro-brasileiros e angolanos, e seja um espaço de celebração contínua da resistência e do orgulho negro.

Sobre a Feira Cultural Angolana: A Feira Cultural Angolana é um evento anual realizado em São Paulo, dedicado a celebrar a herança cultural de Angola e promover um intercâmbio vibrante entre Brasil, Angola e outras nações africanas. O evento reúne músicos, artistas, chefs e artesãos para uma imersão completa nas tradições angolanas, fortalecendo os laços culturais entre os povos e celebrando a resistência negra em todos os seus aspectos.