Emicida leva curso sobre a cultura e sociedade brasileira para a Universidade de Pittsburgh

Artistas ministrará o curso "Brasil, é tudo pra ontem", abordando a história e cultura brasileiras

Emicida leva curso sobre a cultura e sociedade brasileira para a Universidade de Pittsburgh

O rapper Emicida está expandindo sua atuação no campo da educação, desta vez nos Estados Unidos. Entre os dias 25 e 27 de setembro, ele ministrará o curso “Brasil, é tudo pra ontem” na Universidade de Pittsburgh, Pensilvânia. O conteúdo das aulas será baseado em suas pesquisas e na produção do disco AmarElo, oferecendo uma análise profunda e multidisciplinar da cultura e sociedade brasileiras. O curso será oferecido aos alunos do Centro de Estudos Latino-Americanos (CLAS), uma frente acadêmica da instituição que promove programas de formação focados nas diásporas latino-americanas e caribenhas.

Emicida, que já atuou como professor convidado na Universidade de Coimbra, em Portugal, em 2021, vê essa nova experiência como uma oportunidade de aprofundar debates e provocar reflexões sobre a história e os desafios do Brasil. “Quando tive a experiência em Coimbra, me conectei com uma série de pessoas de diversos lugares do mundo. Participar de um ambiente de efervescência de ideias me fez voltar para o Brasil com uma visão mais ampla”, comenta o artista. Em Pittsburgh, o objetivo central de Emicida será estimular os alunos a enxergar a história do Brasil sob diferentes ângulos, questionando a hegemonia de narrativas tradicionais. “A maldição da historiografia é definir quem está certo e quem está errado. Se os alunos saírem se sentindo provocados a observar a história do Brasil por perspectivas diferentes da hegemônica, eu vou considerar uma grande conquista”, complementa.

O convite para essa nova incursão acadêmica veio de Keila Grinberg, historiadora e diretora do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Pittsburgh. Grinberg, que já utiliza o filme AmarElo em suas aulas de História do Brasil, destaca a importância de trazer a visão de Emicida para um ambiente acadêmico internacional. “Emicida tem uma interpretação original e poderosa da história e da cultura brasileira, que precisa ser conhecida no mundo inteiro”, afirma. A professora ressalta ainda que o curso acontece em um momento significativo, no qual o CLAS celebra seus 60 anos. Criado durante a Guerra Fria, em um contexto de relações hierárquicas entre os Estados Unidos e a América Latina, o centro busca, hoje, promover diálogos mais equitativos e colaborativos. Para Grinberg, a presença de Emicida é fundamental para mostrar o quanto o Brasil tem a ensinar ao mundo.



A proposta do curso “Brasil, é tudo pra ontem” reflete a missão de Emicida de utilizar sua arte para abrir espaços de diálogo sobre temas complexos, rompendo com as narrativas convencionais e levando discussões importantes sobre raça, desigualdade e cultura brasileira para novas fronteiras. Sua atuação no campo da educação segue o mesmo compromisso de transformar e inspirar, agora em uma arena acadêmica internacional.