Janeiro marca o Mês da Visibilidade Trans, um momento para celebrar e dar visibilidade a artistas que desafiam normas e reconfiguram o cenário cultural brasileiro. Em 2025, nomes como Brisas Project, Akin Zahin, Caetana e Emy Roots despontam como promessas para a música nacional, trazendo autenticidade e inovação em suas produções. Em um contexto onde a representatividade ainda enfrenta barreiras significativas, esses artistas não apenas ocupam espaços, mas também transformam narrativas.
O Impacto de Liniker e a Nova Geração
Desde o lançamento de seu álbum CAJU em 2024, Liniker tem se consolidado como uma das principais vozes da Nova MPB. Negra, trans e vinda de Araraquara, a cantora alcançou um marco significativo ao lotar turnês em todo o Brasil, frequentemente esgotando ingressos em minutos. Sua trajetória inspira uma nova leva de artistas trans e negros que emergem com força no cenário independente, mostrando que resistência e criatividade podem coexistir na construção de novas estéticas e narrativas.
Brisas Project: Poesia e Performance
Brisas Project, artista transmasculino não-binário e dragqueer de Altamira, no Pará, representa a arte como uma expressão multifacetada. Desde 2016, Brisas explora a música e o transformismo para questionar estigmas de gênero e abordar temas como amor, ancestralidade e subjetividades negras e trans. Seu próximo single, Bom, Mas Foi Ontem, captura a intensidade de paixões fugazes e abre caminho para o EP Perdoa, com quatro faixas autorais, que será lançado em março.
Akin Zahin e a Força do R&B Brasileiro
Akin Zahin, afroindígena da favela do Marimbondo, em Belo Horizonte, é uma das promessas mais brilhantes do R&B nacional. Eleito Mister Trans Brasil 2024, Zahin mistura R&B e Drill em faixas como Nova Era e Olhando pra Mim, abordando autoestima, empoderamento e desejos. Além de suas contribuições musicais, ele é uma figura central na cultura Ballroom e referência para homens trans e transmasculinos. Para 2025, Zahin se prepara para lançar novas faixas, incluindo uma colaboração com o rapper Emy Roots.
Emy Roots: Gênero e Representatividade
Também de Belo Horizonte, Emy Roots lançou em dezembro de 2024 seu primeiro álbum, Gênero, composto por 11 faixas autorais. O destaque inicial foi o single Não-Binári & Exibido, um rap que explora as vivências de uma juventude não-binária, preta e periférica. O videoclipe, lançado em 20 de novembro, celebra a cultura trans em um cenário periférico brasileiro. Para 2025, Emy Roots promete expandir sua presença no cenário musical, consolidando-se como uma figura de destaque na música contemporânea.
Caetana: Inovação no Frevo e Além
Entre os nomes transfemininos, Caetana se destaca como uma artista versátil e pioneira. Pernambucana de 31 anos, ela é a primeira travesti a gravar um frevo no Brasil. Sua trajetória inclui mais de 80 apresentações e dois álbuns lançados. Figura na lista da revista Rolling Stone como uma das 25 vozes que representam o futuro da música brasileira, Caetana prepara para 2025 um álbum de inéditas que combina frevo, samba e outros ritmos brasileiros, além de novas colaborações com artistas consagrados e emergentes.
Além desses destaques, artistas como Enme, Majur e Bixarte seguem criando caminhos autênticos e potentes, acumulando milhares de reproduções nas plataformas digitais. Neste Mês da Visibilidade Trans, apoiar esses talentos vai além de consumir suas músicas: é uma forma de fortalecer suas vozes e reafirmar a diversidade na arte. Siga-os nas redes sociais, compartilhe suas obras e celebre a riqueza cultural que representam.