Mostra de Cinema Negro transforma Aracaju em epicentro do cinema

De 29 de março a 5 de abril de 2025, Aracaju se tornará palco de um dos eventos mais importantes da cultura afro-brasileira: a 8ª edição da EGBÉ – Mostra de Cinema Negro. Com o tema central inspirado no conceito africano Sankofa, que significa “retornar às raízes para resgatar o passado e construir o futuro”, a mostra convida o público a revisitar saberes ancestrais através do audiovisual.

Sob o comando da diretora-geral Luciana Oliveira, a EGBÉ reafirma sua missão ao destacar a relevância da ancestralidade na construção das narrativas negras contemporâneas. “É o contato com nossa memória que nos fortalece e nos move a produzir cinemas negros”, reforça Luciana.

Sobre a EGBÉ

A EGBÉ – Mostra de Cinema Negro é um evento anual realizado com o objetivo de promover a cultura e o cinema negro no Brasil, além de ser uma plataforma de debate sobre questões raciais e protagonismo no audiovisual. Criada para dar visibilidade ao trabalho de cineastas negros e artistas afro-brasileiros, a Mostra se consolidou como um espaço importante de resistência e afirmação da cultura negra. A 8ª edição se reafirma como um evento de valorização cultural, resistência política e plataforma de formação e fortalecimento da identidade afro-sergipana, promovendo debates essenciais sobre o papel do cinema e da educação na luta contra o racismo e pela valorização da memória negra.

Homenagens e destaques do cinema negro

A abertura, marcada para o dia 29 de março, no emblemático Cine Vitória, promete ser um momento especial com a entrega do Troféu Severo D’Acelino, reconhecendo os ícones do teatro negro sergipano Mariano Antônio Ferreira e Valdice Teles. A noite será coroada com a exibição do filme “Othelo, o Grande”, seguida por uma conversa imperdível com seu diretor, Lucas H. Rossi dos Santos.

Outro destaque cinematográfico é a exibição do longa “Ginga Reggae na Jamaica do Brasil”, dirigido por Nayra Albuquerque, trazendo à tona diálogos sobre identidade e resistência cultural em Sergipe.

Além das telas: Educação, ancestralidade e resistência

A mostra vai além do cinema, oferecendo oficinas e debates essenciais. A oficina “Som e Oralidade”, ministrada por Edwyn Gomes e Gabriel Muniz, trabalha a preservação das narrativas históricas negras através da oralidade.

As mesas redondas e diálogos terão temas potentes como Cinema Negro e Educação Antirracista, além do aguardado Encontro de Profissionais Negros do Audiovisual Sergipano, com participação especial de Anna Andrade, conselheira nordeste da APAN (Associação de Profissionais do Audiovisual Negro), fortalecendo a articulação política e cultural da região.

A Mostra Infantil surge como uma iniciativa essencial para inspirar desde cedo as novas gerações, promovendo o protagonismo negro através do audiovisual.

Um encerramento com muito ritmo e resistência cultural

Fechando com chave de ouro, o dia 5 de abril será uma celebração inesquecível. O encerramento conta com a exibição do clássico “Black Rio, Black Power”, do diretor Emílio Domingos, seguido da mesa redonda Diálogos entre História e Audiovisual Negro, com participações de peso como Dom Filó, fundador do acervo CULTNE, e Petrônio Domingues (UFS), sob mediação de Kênia Freitas (UFS/FICINE/SANKOFA).

Para coroar a semana, o Baile Charme Rolê Dy Negrão, com presença especial de Dom Filó e discotecagem de DJ Rafa Aragão e Mestre Saci, promete transportar o público diretamente à energia vibrante do movimento Black Rio.