G20, COP 29, ONU, ESG… são tantas siglas e números que qualquer um pode ficar confuso com os seus significados e, principalmente, com a sua aplicabilidade em nossas vidas cotidianas. Imagine então a confusão que isso tudo não causaria na cabeça de uma criança? Pois bem, aconteceu comigo!
Já me peguei explicando à minha filha Helena, do alto de seus 9 anos (10 incompletos, como ela gosta de dizer) o que significa ESG e DEI, por exemplo (aqui vale uma confissão: Trabalhar em modelo home office foi o grande estopim para estas dúvidas, visto que estas siglas fazem parte do meu vocabulário cotidiano). Mas qualquer zapeada pelos grandes portais de notícias genéricos da internet vai mostrar a profusão de siglas que, dentro do contexto atual, estão focadas em uma única direção: crise ambiental global e a sobrevivência da espécie humana.
Pode soar alarmista, mas infelizmente assistimos sinais que a vida humana está, sim, ameaçada pelas mudanças climáticas drásticas que — provocamos e — estamos vivenciando atualmente. E aqui posso citar inundações no Rio Grande do Sul, na Espanha e até mesmo em Dubai. Voltemos aos nossos filhos.
Tenho certeza que os professores vêm trabalhando com a responsabilidade ambiental na cabeça de nossas crianças desde cedo, mas suas consequências nem sempre estão claras em suas mentes. É altamente compreensível, visto que temos adultos que também não conseguem visualizar a realidade frente aos seus olhos, mas enfim: como podemos facilitar a compreensão de um problema que bate à porta tão imediatamente?
Dica do dia: Pipoca numa mão, suco na outra, cobertor no corpo e WALL-E na tela!
Entre tantos filmes infantis com mensagens de proteção à natureza, não conheço nenhum que impacte de forma tão direta, sem perder a leveza e até mesmo a inocência, como este filme. Ouso dizer que é uma obra prima do cinema contemporâneo, daqueles filmes que o tempo só fará bem. E que deveria ser mandatório nas salas de aula quando o tema for ambientalismo, assim como as imagens da Amazônia ou dos rios poluídos.
Creio que não haja spoiler para um filme lançado em 2008, mas não custa relembrar. Wall-E conta a história de um robô compactador de lixo que vaga pela Terra cumprindo sua missão programada. Mas em um planeta sem humanos, consegue nos mostrar que a humanidade surge de gestos vindos de onde menos esperamos. E porquê ele é imprescindível para nossas crianças?
Porque o filme é lindo! Poderia parar por aqui, mas ele vai além. Ele é uma homenagem aos filmes musicais da fase hollywoodiana pré-blockbusters, mas vai além. Ele sugere que o consumismo transformou nosso planeta água em um planeta lixo, seco, árido. Mas vai além. Ele mostra como o consumo excessivo de telas nos afasta uns dos outros e, consequentemente, deturpa conceitos pétreos de sociedade e comunidade.
Mas vai além. E traz um pequeno alerta sobre a nossa dependência dos gadgets eletrônicos, incluindo aí a IA… E digo mais: o filme vai além. Mas a partir daqui, deixo que você descubra (ou redescubra) essa pérola das animações junto com suas crianças, sejam seus filhos, sobrinhos, netos ou alunos. A mensagem trazida por este pequeno robô de olhos inocentes e curiosos nunca esteve tão atual como agora!