Se você vencer sozinho, a vitória é do sistema. Quem sonha junto, sobe junto – Emicida
Essa frase resume bem o que muitos de nós já sentimos: a verdadeira vitória vem quando não estamos sozinhos. Vivemos num mundo onde a tecnologia não para de evoluir, e a linha entre o online e o offline vai ficando cada vez mais indefinida. A gente passa horas conectado às telas, mas, curiosamente, parece que estamos mais distantes das pessoas ao nosso redor. E é justamente nesse cenário que o conceito de comunidade ganha uma importância gigante.
Todo mundo busca pertencimento. Somos seres sociais por natureza, feitos para criar conexões e não viver isolados. E sabe o que é comunidade? É exatamente isso: pessoas ligadas por um propósito em comum, criando laços e se comunicando de forma autêntica.
Um pouco mais sobre comunidade
Comunidade tá por todo canto — seja no grupo do WhatsApp, na turma da escola ou entre os colegas de trabalho que acabam virando amigos. Pode ser um lugar físico ou digital, mas todas têm uma coisa em comum: elas reúnem pessoas com um interesse compartilhado e uma maneira de se conectar.
Mas pra mim, comunidade vai além de estar no mesmo espaço. Uma comunidade verdadeira é movida por compartilhamento, empatia, colaboração e diversidade. Não basta estar junto fisicamente ou virtualmente, precisa existir um senso real de conexão e, acima de tudo, cada pessoa tem que se sentir valorizada.
Colaboratividade: Juntos somos mais
Pensando nas comunidades que ajudei a construir ao longo da vida — desde os grupos de hip hop no Orkut, meu grupo de amigas de baladas black de SP até a criação da UX para Minas Pretas — uma coisa sempre foi constante: a vontade de colaborar. Seja garimpando músicas, celebrando cultura ou trocando ideias, a colaboração sempre foi a chave.
É isso que transforma uma comunidade comum em algo extraordinário. A colaboração faz a mágica acontecer. E, se até as empresas já entenderam que, para prosperar, precisam de comunidades onde colaboradores e clientes compartilhem valores, não tem por que a gente ficar de fora dessa ideia. Comunidades são o caminho para resultados inovadores e de longo prazo.
Recentemente, conheci um método chamado PLACE, do livro O Poder da Peoplechain, que fala sobre cinco passos fundamentais para criar e sustentar uma comunidade forte. É bem simples e faz total sentido:
- Propósito
Tudo começa com o propósito. Assim como o polegar dá o “joinha”, o propósito é o que guia as ações da comunidade. Pessoas se unem em torno de uma ideia que faz sentido, um sonho que as motiva a agir. - Liderança
A liderança é o dedo indicador – aquele que aponta o caminho quando tem uma pergunta no ar. São os líderes que abraçam o propósito, guiam o grupo e, mais importante ainda, compartilham a visão com todo mundo. - Atitude
O dedo médio (aquele, polêmico) representa atitude. Sem atitude, não rola. A postura de mudança e o desejo de transformar é o que move uma comunidade para frente, quebra paradigmas e abre espaço para o novo. - Comprometimento
O dedo anelar é sobre comprometimento, o famoso “sim” que sela o pacto de fazer acontecer. Em uma comunidade, não basta querer. É preciso estar realmente comprometido em fazer parte da transformação e dos resultados. - Empatia e encadeamento
O dedo mínimo representa empatia e encadeamento. Empatia é a cola que une as pessoas. Para que uma comunidade cresça e persista, é preciso incorporar novos membros, aprender com os mais jovens e garantir que todos se sintam parte importante do processo.
O Pensamento de Nelson Mandela sobre comunidades
“O Ubuntu não significa que uma pessoa não se preocupe com seu progresso pessoal. A questão é: o meu progresso pessoal está ao serviço do progresso da minha comunidade? Isso é o mais importante na vida. E se uma pessoa conseguir viver assim terá atingido algo muito importante e admirável.” – Nelson Mandela
Nelson Mandela, um ícone da luta pela igualdade e justiça social, enxergava as comunidades como o alicerce da sociedade. Para ele, as comunidades não eram só grupos de pessoas vivendo no mesmo lugar, mas um tecido social complexo, formado por relações, valores e solidariedade.
Algumas das principais ideias de Mandela sobre comunidades são:
- Força da união: Ele acreditava que a união das comunidades era a chave para enfrentar os desafios e promover mudanças sociais. A força de um grupo unido supera qualquer força individual.
- Igualdade e justiça: Para Mandela, as comunidades devem ser espaços onde todas as pessoas, independentemente de raça, cor, religião ou origem, tenham as mesmas oportunidades e sejam tratadas com justiça.
- Diálogo e respeito: Ele via o diálogo e o respeito como ferramentas essenciais para construir comunidades mais justas. É no diálogo que encontramos soluções e construímos pontes entre diferentes grupos sociais.
- Participação cidadã: Mandela acreditava que cada indivíduo tem o dever de contribuir para o bem-estar da sua comunidade e da sociedade.
- Herança cultural: As comunidades, para ele, eram guardiãs da herança cultural. Ele via a importância de preservar as tradições, os costumes e a identidade de cada grupo.
Em resumo, Mandela enxergava as comunidades como o coração da sociedade.
Ao final, o que todos nós buscamos é pertencimento e um espaço onde a gente possa ser quem realmente é. Quando estamos em comunidade, movidos por um propósito maior e com uma atitude de colaboração e empatia, a gente não só alcança o que deseja, mas cria impacto real no mundo ao nosso redor.
No fim das contas, é isso: a verdadeira transformação vem da união de várias mãos e mentes trabalhando por um bem maior.
“Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.” – Provérbio Africano