01.08.2024 Ícone da categoria

Vencedor do Prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio 2023 “Othelo, O Grande” divulga cartaz e trailer

Documentário estreia nacionalmente em 5 de setembro e destaca sua luta contra o racismo e sua contribuição para a cultura brasileira.

Vencedor do Prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio 2023 “Othelo, O Grande” divulga cartaz e trailer

O premiado documentário “Othelo, O Grande”, dirigido por Lucas H. Rossi dos Santos, ganhou um trailer e cartaz inéditos e será lançado em circuito nacional no dia 5 de setembro. Este documentário, que conquistou o Prêmio Redentor de Melhor Documentário no Festival do Rio em sua estreia mundial na Mostra Competitiva da Première Brasil, terá uma pré-estreia no 13th BlackStar Film Festival em agosto nos EUA.

Narrado em primeira pessoa, “Othelo, O Grande” conta com a participação especial da atriz Zezé Motta como narradora. O filme traz imagens raras de arquivo, obtidas através de pesquisas na Cinemateca Brasileira, que revelam diferentes facetas do artista ao público e o apresentam para as novas gerações. Grande Othelo trabalhou com cineastas renomados como Orson Welles, Joaquim Pedro de Andrade, Werner Herzog, Júlio Bressane, Marcel Camus e Nelson Pereira dos Santos. Ele utilizou seu espaço no cinema para moldar sua própria narrativa e discutir o racismo institucional que enfrentou por oito décadas, passando por duas ditaduras e participando de mais de uma centena de filmes. Produzido pela Franco Filmes, em coprodução com Globo Filmes, GloboNews, Canal Brasil, Prefeitura do Rio, através da RioFilme, órgão da Secretaria Municipal de Cultura, e Baraúna Filmes, o filme é distribuído pela Livres Filmes.

“Othelo, O Grande” participou de diversos festivais nacionais e internacionais, incluindo a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o 6º Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, o 18º Festival Aruanda em João Pessoa, onde recebeu o Prêmio de Melhor Montagem. Também foi o filme de abertura dos festivais 3º DH Festival – Festival de Cultura em Direitos Humanos, 5º Pirenópolis Doc – Festival de Cinema Documentário em Goiás e da Roda Sesc de Cinemas Negros, exibida no CineSesc Augusta, Sesc Belenzinho, Sesc Campinas e Sesc Vila Mariana. Além disso, participou do XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema em Salvador, da Mostra “O Corpo Negro 2024” realizada no Sesc Rio de Janeiro, do 17th Bali International Film Festival – Balinale e da 19ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto.

O lançamento comercial do filme foi apoiado pela Lei Paulo Gustavo, no Edital de Chamada Emergencial Apoio à Distribuição de Obras Audiovisuais nº 23/2023, da SECEC-RJ – Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.

Sinopse:
Grande Othelo foi um dos mais brilhantes atores brasileiros do século XX. Negro, órfão e neto de escravizados, ele desafiou o racismo estrutural ao eternizar seus personagens no cinema e na TV, abrindo caminhos para as futuras gerações de artistas negros. O filme oferece uma visão íntima e pessoal do homem que se tornou um ícone, deixando um legado inestimável na cultura brasileira.

Negro, órfão e neto de escravizados, Grande Othelo foi um dos mais brilhantes atores brasileiros do século XX.
Negro, órfão e neto de escravizados, Grande Othelo foi um dos mais brilhantes atores brasileiros do século XX.


Nota do diretor:

“Fazer um filme sobre Grande Otelo é, para mim, um movimento ancestral, visto que todos nós, negros que trabalhamos com arte no Brasil, seguimos seus rastros ao longo de nossos caminhos. Porém seu nome anda esquecido no século XXI e completamente desconhecido para as novas gerações. Ele foi um dos maiores artistas do Brasil e o primeiro ator negro conhecido nacional e internacionalmente. Sua carreira acompanhou o desenvolvimento cultural do país, participando de todos os grandes momentos: desde os cassinos, passando pelo cinema – das chanchadas ao Cinema Novo – e pegando todo o sucesso da televisão. A linguagem do filme tem como foco a abordagem do sujeito Sebastião por ele mesmo, em primeira pessoa. Negro, ator, umbandista, pai de cinco filhos e um homem cheio de feridas expostas ao lutar contra o racismo em uma vida marcada por tragédias desde a infância até a sua morte. Esse filme tem o objetivo de humanizar, desconstruir e desmistificar sua história com o humor típico de Grande Otelo.  A escolha de fazer um filme todo de material de arquivo e de colocar Otelo para contar sua própria história foi um gesto para deixá-lo conduzir sua própria narrativa e não deixar que ninguém interferisse nela. Foi difícil abrir mão de gerar mais signos e atmosferas de linguagem externas, mas isso fez com que o filme tivesse essencialmente a alma de seu protagonista e não que fosse um apenas registro estético e exótico sobre ele. E mais do que uma grande e necessária homenagem, este documentário é também uma releitura política sobre Otelo e um resgate histórico da memória deste ícone da cultura brasileira que, como sempre, proporcionou ao público negro brasileiro excelentes oportunidades para se reconhecer nas telas.”