Zadie Smith ocupa um espaço muito específico: ela é um dos poucos escritores cuja ficção e não-ficção são igualmente apreciadas, cuja opinião sobre o mundo é procurada regularmente, simplesmente porque é dela.
Ela é uma romancista respeitada, está no ramo há mais de 20 anos e ganhou inúmeros prêmios e aplausos. Ela esteve duas vezes na lista da revista Granta dos 20 jovens romancistas britânicos mais promissores, com menos de 40 anos, em 2003 e 2013.
Desde que Dentes Brancos foi publicado, sempre houve uma dimensão adicional com Zadie – além do talento, além da fama.
Ela foi rapidamente escalada como um totem geracional, um embaixador da vibrante Londres multicultural.
E ela surge exatamente em um momento em que o cenário literário de ficção realista pós-moderna já estava sendo devidamente ocupado na América do Norte por aquelas jovens vozes brancas cuja maior preocupação era negar o legado hermético de nomes como Thomas Pynchon e John Barth.
Foi ela — autora jovem, negra e britânica — a responsável por convergir as atenções para fora dos Estados Unidos, estreando e sendo chamada de a primeira sensação editorial do milênio, comparada — aos 24 anos — a um autor como Salman Rushdie.
E é Zadie Smith, esta escritora fundamental, a personagem deste episódio de Negro da Semana.