A obra que Elza Soares edificou ao longo de sessenta anos de carreira é fogo, é melancolia, é sofrimento e é liberdade. Como há de ser o samba, como é a Elza Soares, e como é a mulher brasileira.
A obra de Elza empodera, toca na ferida, é aquele tapa na cara que dói, mas nos faz acordar. Suas criações mais recentes são a potencialização de uma carreira inteira: tratam de racismo, de misoginia, de transfobia.
No melhor momento de sua carreira, a voz de Elza Soares está rouca, rasgada, e parece sempre prestes a falhar, e exatamente por isso, está mais bela do que nunca. É uma cicatriz que mostra a força que ela precisou pra enfrentar o que enfrentou, e é bela, como as marcas da idade no seu rosto.
A melhor cantora do milênio, segundo a BBC, é uma mistura explosiva de Tina Turner e Celia Cruz.
Ela é dona de uma das 100 maiores vozes da música brasileira, segundo a revista Rolling Stone. E é mulher, negra, brasileira e feminista.
Trechos de músicas neste episódio:
1 – Pra fuder
2 – A mulher do fim do mundo
3 – Tenha pena de mim
4 – Cadeira vazia
5 – A carne
6 – Se acaso você chegasse
7 – Aconteceu um novo amor
8 – Eu sou a outra
9 – Na roda do samba
10 – Fechei a porta
11 – Zelão
12 – Tributo a Martin Luther King
13 – Maior é Deus
14 – Como lutei
15 – Língua
16 – Dói demais
17 – Pra que discutir com madame?
18 – Dura na queda
19 – Lata d’água
20 – O canal
21 – Maria da Vila Matilde
22 – Benedita
23 – O que se cala
24 – Dentro de cada um
25 – A mulher do fim do mundo