Dolores Esos leva brasilidade ao maior museu de arte urbana do mundo

Artista integra acervo do Straat Museum, em Amsterdã, a partir de 15 de agosto, como um dos nove nomes selecionados para integrar a exposição Brazilian Soul

Dolores Esos leva brasilidade ao maior museu de arte urbana do mundo Dolores Esos Crédito: Imagem Facebook

A partir de 15 de agosto, o Straat Museum, reconhecido como o maior espaço dedicado à arte urbana global, recebe em seu acervo uma obra que sintetiza de forma única a alma brasileira. A artista visual e muralista Dolores Esos integra a exposição Brazilian Soul, parte da mostra Cruzando Hemisférios: Um Verão Brasileiro no Norte, com a imponente tela Verde-Amarelo-Caramelo (4,85 x 3,5 m), selecionada pelo curador Luan Cardoso após destaque na quinta edição do NALATA Festival, em São Paulo. O Straat é um enorme galpão industrial que exibe mais de 180 obras originais de artistas de rua do mundo todo, dentre os quais estão DOES, PichiAvo e DourOne, além do brasileiro Eduardo Kobra. 

Uma tela que celebra a cultura popular brasileira

O trabalho que Dolores Esos leva ao Straat é um verdadeiro convite ao universo popular brasileiro. Com humor leve e cores vibrantes, a artista explora três elementos emblemáticos:

  • o famoso vira-lata caramelo, que além de personagem recorrente em suas obras é inspirado em seu próprio cão, representando a simpatia e a malandragem tipicamente brasileiras;
  • o tradicional filtro de barro, considerado uma das grandes invenções nacionais, nascido no interior de São Paulo no começo do século XX;
  • uma planta tropical de folhas largas, referência direta à exuberância da vegetação brasileira, que evoca o estilo e a paixão do grande paisagista Burle Marx.

Dolores define com simplicidade e graça o significado dessa composição: “simpatia, sombra e água fresca”.

Trajetória marcada por diversidade e versatilidade

Dolores Esos nasceu em Niterói, tem 39 anos e atualmente reside no Rio de Janeiro. Sua trajetória nas artes é vasta e diversificada. Com formação em Cenografia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e passagem pela Escola de Belas Artes da UFRJ, Esos acumula experiências que vão muito além das artes visuais. Trabalhou com criação no cinema, teatro, animação e no universo pulsante do Carnaval carioca, colaborando com a consagrada escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.

Além disso, grandes marcas nacionais e internacionais já contaram com sua criatividade em projetos especiais, incluindo Adidas, Vogue, Globo, Warner Bros, Granado e Coca-Cola.

Obra Verde-Amarelo-Caramelo foi escolhida pelo curador do NALATA Festival.

Reconhecimento internacional em crescimento

Essa não é a primeira vez que Dolores Esos ganha projeção além das fronteiras brasileiras. Em 2018, representou o Brasil no coletivo internacional Arte Salerno, na Itália, e participou da primeira Bienal de Artes de Taubaté, em São Paulo. Indicada ao prêmio Cash Prize pela competição mundial de arte contemporânea The Latin American Contemporary Fine Art Competition da AgoraGallery, em Nova York, Esos tem se consolidado como nome forte no cenário artístico internacional.

Sua primeira exposição individual aconteceu em 2007 no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Tiradentes (MG). Recentemente, em 2024, retornou à cidade mineira com outra exposição solo, no Sesi Centro Cultural Yver Alves.

Do Brasil às ruas e galerias do mundo

Além de seus famosos murais espalhados por cidades brasileiras, Esos mantém um ateliê aberto ao público no Flamengo, zona sul carioca. Suas obras fazem parte do acervo de importantes galerias nacionais, como Artehria, do renomado artista urbano Marcelo Ment, no Rio de Janeiro, e a BR Arte Galeria, em São Paulo.

Com a chegada ao Straat Museum, Dolores passa a integrar uma seleção privilegiada de artistas mundiais, dividindo espaço com nomes consagrados como DOES, PichiAvo, DourOne e o brasileiro Eduardo Kobra.



Brazilian Soul: cruzando fronteiras culturais

A exposição Brazilian Soul marca uma parceria inédita entre o Straat Museum e o NALATA Festival, promovendo um intercâmbio cultural rico e inovador. Com curadoria de Luan Cardoso, o evento fica aberto ao público de 15 de agosto a 31 de outubro, trazendo a energia do verão brasileiro ao cenário artístico europeu.

Para Dolores Esos, participar desta mostra é mais do que integrar uma exposição: é celebrar e exportar a cultura brasileira de maneira potente e afetiva, reforçando o diálogo contínuo entre arte urbana e identidade nacional.