A chegada de ZUMBIR ao Spotify marca um momento significativo para o afrofuturismo no Brasil. Em uma produção que combina ficção e entrevistas, o podcast propõe uma experiência sonora imersiva e profunda, unindo passado, presente e futuro na criação de novas possibilidades para as narrativas negras. Com estreia nesta segunda-feira, ZUMBIR promete não apenas entreter, mas também instigar reflexões sobre a construção de futuros possíveis para a comunidade negra, abordando temas que vão desde a resistência cultural até a reinvenção da memória.
No formato de episódios alternados, a série leva o ouvinte por duas vertentes: histórias de ficção e entrevistas. Na primeira, somos transportados para realidades afrodiaspóricas em que as personagens, interpretadas por nomes como Ebony, Vilma Melo e Pedro Otonni, encarnam a luta e a imaginação afrocentrada. Com uma sonoridade inspirada nos ritmos do funk, hip-hop, samba e outros gêneros afro-latino-caribenhos, esses episódios evocam uma musicalidade urbana que, por si só, já nos remete a outros tempos e lugares, conectando a ancestralidade com um futuro renovado e audacioso.
Além dos episódios ficcionais, o podcast conta com diálogos com figuras de destaque, como Teresa Cristina, Ale Santos e Giovanna Heliodoro. Essas entrevistas exploram temas do afrofuturismo e suas relações com a música, a arte e a cultura popular, proporcionando uma visão multidimensional sobre as narrativas negras. As entrevistas buscam responder, de maneira poética e prática, uma questão central: como é possível imaginar futuros negros mais justos e potentes?
Samara Costa, co-idealizadora do projeto ao lado de Julio Angelo, destaca o propósito de ZUMBIR em projetar um amanhã em que as pessoas negras possam se ver em protagonismo. “As histórias questionam o hoje, resgatam passados esquecidos e projetam o amanhã”, comenta Samara. Cada episódio, seja de ficção ou entrevista, é uma peça de resistência, projetando possibilidades inspiradas na resiliência e na riqueza cultural da comunidade negra.
ZUMBIR, ao alternar entre ficção e conversa, homenageia a tradição da oralidade e ressignifica a presença negra no campo da imaginação. Em tempos onde a diversidade precisa ir além das narrativas já conhecidas, o podcast convida o público a enxergar e ouvir as histórias que raramente ganham espaço. É a construção de um futuro onde, no som e na palavra, a experiência negra não só é valorizada, mas ganha uma nova dimensão.
“Em ZUMBIR, nossos heróis e heroínas estão na rua desafiando as estruturas do presente. As histórias questionam o hoje, resgatam passados esquecidos e projetam o amanhã. Ao longo de 10 episódios imaginamos possibilidades de futuro para pessoas negras, explorando o que pode ser, a partir do que foi e do que é”, diz Samara Costa.