A diáspora africana não só se encarregou de espalhar negros e negras escravizados pelas colônias inglesas, espanhola, francesa, portuguesa e holandesa, nas Américas, Se encarregou também de espalhar as culturas das mais variadas etnias. E a música sempre fez parte da vida do africano. Para cada momento da vida havia um tipo de canção. E recordar as canções de seus povos era uma forma tanto de não se perder o elo com a própria origem, quanto abrandar os sofrimentos da escravidão.

Foi assim que surgiram nas plantações de algodão do sul dos EUA as work songs. No Brasil, também, se ouviam cantos de trabalho nos diversos canaviais onde haviam escravizados. Nos Estados Unidos, a música negra era conhecida como race music e só foi batizada de black music nos anos 40, pela revista Billboard. Depois ela tomou dois rumos: o religioso, através do spiritual e, depois, do gospel; e o mundano, que é o blues, pai do rock’n’roll, pai do jazz e suas infindáveis ramificações, pai da soul music, a parte mais sensual da black music. Daqui vamos para o rhythm and blues e para o funk, com toda sua musicalidade e seu ritmo marcantes. 

E é sobre a black music, toda a sua riqueza inquestionável e tudo o que ela veio a se transformar, que vamos falar neste podcast

 

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Sobre o podcast

Como nasceu a black music? Quem são os grandes nomes do funky, do soul, do rap? Como a música negra evoluiu para o que consumimos hoje? Como o Brasil recebeu a black music nos anos 70? Gerson King Combo, Tim Maia, Jorge Ben, Tony Tornado. Quem foram os artistas que adotaram o black pra fazer da Black Rio um expoente da cultura afro no Brasil? Furacão 2000 e Soul Grand Prix, donas das festas fundamentais para que a soul music, sob influência do funk, pudesse cravar suas raízes definitivas em nosso país, fazendo os bailes ganharem força nos ano 80. Num primeiro momento, as realidades das comunidades. Depois, os bondes: Bonde do Tigrão, MC Marcinho, Tati Quebra Barraco e muitos, muitos outros. Corta para os anos 2000: o funk ostentação traz uma nova roupagem. É tempo de MC Guimê, MC Livinho, MC Gui, cantando sobre carros importados, roupas de marca, festas e mulheres bonitas. E como tudo que é bom é absorvido pelo pop, nomes como Anitta, Ludmilla, Lexa e MC Rebecca dão continuidade, incrementando o funk e o popularizando como um dos gêneros mais tocados no Brasil. Mas o soul mais próximo da sua origem sempre deixou sua marca naqueles descendentes de Tim Maia. Estão aí Ed Motta, Wilson Simoninha, Max de Castro, Leo Maia e tantos outros que não nos deixam mentir. Mas e depois disso? Pra onde a black music vai?

Equipe

Alê Garcia
Alê Garcia Co-fundador e Chief Creative Officer da Casablack. Um dos 20 creators negros mais inovadores do país segundo a Forbes. Uma das 100 Personalidades Negras Mais Influentes da Lusofonia segundo a Bantumen. Finalista do Prêmio Jabuti, ganhador do Prêmio Fundação Biblioteca Nacional, Profissionais do Ano da Rede Globo, entre outros.

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